O que eu aprendi com o livro "Destrua este Diário."

Lido em: Março de 2014
Título: Destrua este diário
Autores: Keri Smith
Editora: Intrinseca
Gênero: Literatura Juvenil
Ano: 2013
Páginas: 224

Avaliação:✩ 
Sinopse: ‘Wreck This Journal’ é um livro ilustrado que contém uma perturbadora coleção de tarefas que pedem aos leitores que juntem suas melhores habilidades em erros e bagunças para completar as páginas do livro (ou destruí-las). Através de uma série de criativas e ilustradas tarefas, Keri Smith quer encorajar seus leitores em atos “destrutivos” – deixando buracos em páginas, adicionando fotos e estragando-as, manchando páginas com café, pintando fora das linhas e mais – com o objetivo de experimentar o verdadeiro processo criativo. Através da sensibilidade de Keri, leitores são introduzidos a uma nova maneira de fazer arte, descobrindo maneiras de escapar do medo de páginas em branco e entrando completamente no processo criativo.

Devo confessar que comprei o livro por mero capricho, só porque era "modinha" e muitas pessoas estavam comentando e postando fotos de suas páginas destruídas.
Eu dei risada ao abri-lo e me deparar com esse anúncio: 

  Afinal, qual seria o conteúdo do livro que me faria ver "destruição criativa em tudo" e enxergar a vida de uma outra forma? Eu precisava começar a destruí-lo para entender. 
  O objetivo era destruir as páginas e postar aqui para todos verem como ficaram, mas cada vez que eu lia um enunciado do livro, dizendo o que eu precisava fazer, eu não via só diversão, eu entendia que ali a autora estava querendo me ensinar algo e ao contrário do que muitos dizem, de que este não é um livro, é sim, e vou lhes mostrar o porquê.
  A primeira coisa que eu tive que fazer, foi algo que eu jamais teria cogitado antes, ou seja, estragar o livro de alguma forma. Muitas enunciados pediam pra arrancar a página e: fazer uma bola de papel, rasgar, mastigar.. 
E eu tentava entender, qual era o propósito de tudo aquilo, até que eu cheguei a está página: 
"Aceite a perda" essa frase me fez refletir muito, naquela hora eu parei, e comecei a pensar em todas as pessoas que já perdi e jamais aceitei, em todas as vezes que eu chorei dizendo que queria poder voltar no tempo para mudar, que aquilo não era justo. Quantas vezes você já passou por isso? Quantas vezes você não aceitou a perda? Quantas vezes você não quis se desfazer de algo só porque lembrava alguém? Foi então que eu entendi, a autora mostrou de uma forma diferente, que é difícil perder, mas tudo se torna mais fácil, quando você aceita a perda.
Próxima lição:
Uma pessoa normal arrancaria a página mais decorada do livro, a que mais gostasse e daria sem pensar, apenas faria o que está escrito ali, no entanto, não foi o que eu fiz.. Eu fiquei por um bom tempo olhando aquele balãozinho preto. O que ele estava querendo me dizer? O que é que eu tenho, que é valioso pra mim, mas eu tenho medo ou receio de dar aos outros? E eu respondi pra mim mesma em voz alta: Amor.
Não amor próprio, esse é essencial que permaneça comigo, mas amor ao próximo. Eu tenho um bloqueio, devido a experiências que me machucaram muito, eu acredito que toda e qualquer pessoa a quem eu oferecer amor, fará o mesmo que os outros fizeram, vai me magoar e me deixar as traças, em cacos. Mas eu percebi que além de superar as perdas, devemos superar os medos, e se não nos permitimos amar de novo, ou seja, entregar nossa "página favorita" para alguém, jamais conseguiremos ser felizes de verdade, tudo será superficial e sem sentido. Resolvi que quando eu encontrar alguém que queira dar sua página favorita para mim, arrancarei a minha e lhe darei também.
Próxima lição:
  Olhando assim, não tem muito o que se pensar sobre está frase não é? Agora, imagine você arrancando está página, para coloca-la no bolso terá que dobra-la, lavar e depois de seca tentar colar ela de volta no livro, em qual estado ela vai estar quando você tentar fazer isso? Ela será a mesma página de antes? Com certeza não. O que eu estou querendo dizer, você já vai entender.. 
  Eu gostei por muito tempo de um garoto, pra mim ele era a pessoa mais incrível que eu já havia conhecido, no entanto, aconteceram algumas divergências, nós não pensávamos da mesma forma, resumindo, o nosso relacionamento não durou muito tempo. Eu aceitei o rompimento e virei a página, mas ao virar eu rasguei ela sem querer, resolvi guarda-la no bolso para colar mais tarde, o dia passou e eu esqueci que ela estava em meu bolso, coloquei a calça para lavar, depois de seca eu guardei ela em meu armário, não usei a calça por um bom tempo, a página não estava fazendo falta também. Um dia eu estava arrumando meu quarto, e no fundo do meu armário encontrei a calça e ao encontra-la achei a página no bolso, uma onda de sentimentos me tomou, lembranças vieram a minha cabeça, ah como eu queria aquela folha de novo em meu livro. Será que seria possível colar? Grampear? Passar uma fita quem sabe? Foi o que eu tentei fazer. Até que não havia ficado tão ruim, mas estava estranho, ela já não era a mesma de um tempo atrás, ela já não parecia fazer parte do meu livro, da minha vida. Arranquei-a novamente, pois eu entendi que tem certas coisas que não tem concerto, que simplesmente são momentos que não voltam mais, que são passado e 
no passado devem permanecer. 
  Além destas páginas que mostrei aqui, existem muitas outras, que nos fazem explorar nosso lado criativo, que nos fazem pensar sobre a vida e o modo como a vivemos.
 Agora você que chegou até o final do post, entende porque "Destrua este diário" é um livro, além de obrigar-nos a usar a imaginação, ele nos ensina lições, 
lições das quais é difícil esquecer.